terça-feira, 17 de setembro de 2013

Arminianismo (1º Parte)




      Muitas objeções são feitas ao arminianismo. Muitas delas são caricaturas oriundas ou de mal entendidos ou de más intenções. Tentarei colocar neste breve artigo definições objetivas e de fácil entendimento aos que não conhecem esse ramo soteriológico dentro da teologia. Espero que o leitor deste artigo possa compreender melhor o arminianismo.
      O arminianismo surgiu devido aos pensamentos de Tiago Armínio (ou Jacobus Arminius) que discordou da eleição incondicional, expiação limitada e graça irrestistível do calvinismo. Muitos não sabem que Armínio não discordava da depravação total e da perseverança dos santos. Esta última Armínio decidiu pensar melhor, porém morreu antes de se posicionar definitivamente.
      Logo após sua morte seus seguidores, os famosos remonstrantes, levaram adiante seu pensamento e criaram os cinco artigos da remonstrância, que evidenciava os seguintes pontos:
  • Eleição Condicional
  • Expiação Ilimitada
  • Depravação Total
  • Graça Resistível
  • Proposta de Estudo Acurado sobre Perseverança dos Santos
     
      O arminianismo foi condenado pelo Sínodo de Dort, composto por calvinistas, tendo Oderbanevelt sido condenado à morte e os outros remonstrantes depostos do país. Quando Maurício de Nassau, diferente do Nassau que esteve no Brasil, morreu, os arminianos puderam voltar à Holanda, onde se deu tudo isso, e criaram uma universidade que existe até hoje.
      O arminianismo foi adotado pelos batistas (batistas gerais) e anglicanos (os que não concordavam com o monergismo calvinista). John Goodwin, foi um puritano arminiano e o que consta, o único. Porém, depois, o arminianismo ficou mais evidenciado com John e Charles Wesley, grandes destaques do metodismo inglês que se tornou maior nos Estados Unidos, porém não poucos no Reino Unido. Houve o metodismo calvinista liderado por George Whitefield, porém menor do que o metodismo arminiano de Wesley. Daí o arminiaismo se disseminou em outras igrejas independentes e principalmente em igrejas de origem wesleyana, como os Holiness, Exército da Salvação, Igreja do Nazareno e igrejas pentecostais.
     Muitos grandes pregadores eram e são arminianos, pois, embora alguns mesmo não se declarando arminianos (ou porque não gostam de rótulos ou porque pensam que o arminianismo é outra coisa), na verdade o são. D. L. Moody, R. A. Torrey, Billy Sunday, E. M. Bounds, Campbell Morgan, Samuel Chadwick, Leonard Ravenhill, David Wilkerson, dentre tantos outros. No Brasil temos o Ildo Mello, Altair Germano, Esdras Bentho, Paulo Romeiro dentro outros.
      No próximo post irei expor o que o arminianismo enfatiza, justamente com a informação de muitos teólogos importantes do arminianismo. Diferenciarei o arminianismo do semipelagianismo e do pelagianismo propriamente dito. O leitor notará o quão impensado será continuar a ouvir e a ler sobre arminiainsmo ser a mesma coisa que semipelagianismo e pegalgianismo.
      Outra nota que deve ser mencionada é o fato de alguns afirmarem que o arminianismo deu origem aos movimentos de confissão positiva, teologia da prosperidade e outras aberrações. O arminianismo de forma alguma leva a tudo isso, pois é um sistema soteriológico centrado na Glória de Deus e não no ser humano, sem qualquer espécie de barganhas ou relacionamento superficial com Deus , enquanto que essas aberrações muitas vezes não levam nem a teologia a sério. Só o fato de muitas dessas aberrações não concordarem com o monergismo reformado, não as torna arminianas. Haja vista muitas seitas terem origem no monergismo. O que não faz do monergismo uma seita. Porém, sem dúvida, muitas dessas aberrações têm origem em um pensamento pelagiano, e não,arminiano.

P. S: Sugiro a leitura do livro de Roger Olson, Teologia Arminiana - Mitos e Realidades publicado pela editora Reflexão. A capa do livro é a mesma da foto deste post.